Einco Biomaterial - Osteosynt


USO DA BIOCERÂMICA BIFÁSICA MICRO-MACRO POROSA DE FOSFATO DE CÁLCIO NA RECONSTRUÇÃO DE LESÕES COM PERDAS ÓSSEAS


Diversos tipos de biomateriais, especialmente as biocerâmicas de fosfato de cálcio, continuam sendo pesquisadas e cada vez mais são utilizados em procedimentos para a reconstrução e recomposição tecidual, devido às suas características e propriedades, principalmente biocompatibilidade, osteocondutibilidade, osteoindutibilidade intrínseca, osteofilia e ainda pela sua semelhança estrutural, química e física com a matriz mineral óssea.

Essas biocerâmicas não induzem qualquer reação imunológica ou tóxica indesejáveis quando utilizadas, ao contrário de outros materiais como os de origem orgânica. Não apresentam riscos de transmissão de patologias infecto-contagiosas nem de degradação protéica, em razão de suas características e por apresentarem alta pureza em decorrência de seu processo de obtenção com rígido e sistemático controle de acordo com os padrões exigíveis.
Há uma grande variedade de materiais de fosfatos de cálcio, ofertados para uso na medicina, odontologia e veterinária e as suas características e propriedades físico - químicas induzem a uma resposta biológica específica de cada um e requerem uma indicação e aplicação adequadas.

A biocerâmica de última geração bifásica micro - macro porosa de ß Trifosfato de Cálcio (ßTCP) e Hidroxiapatita (HA) reúne, de forma balanceada, duas fases importantes para um material de preenchimento: a fase mais solúvel das biocerâmicas de 2ª geração de ßTCP e a fase mais estável das biocerâmicas de 1ª geração de HA que a indicam como o material mais efetivo para reconstrução tecidual óssea entre os demais e pela associação com suas outras características: Macro-poros intercomunicantes, na faixa de 50µ 400µ, que induzem uma resposta orgânica mais efetiva, forte ligação e crescimento tecidual intrínseco e Micro-poros intercomunicantes (inclusive com os macro - poros) na faixa de 1µ e 10µ que aumentam o contato tecidual, a solubilidade e a capacidade de trocas com os líquidos orgânicos, além de poros intermediários de 10µ a 50µ.
Esta estrutura arquitetônica porosa indica esta biocerâmica como um eficaz e importante veículo condutor e liberador de drogas e substâncias num período desejável assim como sua topografia superficial permite atividade metabólica osteoblástica e expressão desejável dos fenótipos adequados para cada etapa dos fenômenos de neoformação tecidual.

Material e Métodos

Nas lesões com perdas ósseas utiliza-se a biocerâmica bifásica micro - macro  porosa de HA-ßTCP, com microporos de 1µ a 10µ e macroporos de 50µ a 400µ - OSTEOSYNT® - (produzida pela EINCO BIOMATERIAL LTDA, Belo Horizonte, MG, Brasil) em grânulos ou peças.

Os grânulos quando usados, de acordo com a granulometria indicada (variada de 1 a 100 mesh), são preferencialmente mixados com sangue limpo e/ou osso medular local do próprio paciente. Em peças associa-se preferencialmente ao sangue limpo do paciente. Pode-se no entanto utilizar os materiais sem que haja associações, ou ainda associado a outras substâncias como antibióticos, fibrina, gel de plaquetas, fatores de crescimento indicados para cada caso.

O material deve ser bem acondicionado, eliminando-se espaços vazios e permanecer justaposto ao osso sadio após efetuada a devida limpeza da área, com desbridamento adequado e retirada de outros tecidos indesejáveis ao processo.
Em seguida faz-se a contenção quando necessária para se evitar que haja perda de volumes devido ao aumento de pressão interna decorrente do processo biológico natural e em situações específicas pode-se manter aberta a ferida para que haja cicatrização e epitelização por Segunda intenção.
Seguindo-se de acordo com a técnica indicada deve-se fazer a imobilização da área por meio adequado, indicado para eliminação dos micromovimentos e que comprometem no início, o processo de angiogênese na formação tecidual, que é atividade primordial ao processo.
Usando-se peças para a manutenção de espaços sob esforços, deve-se preencher os espaços restantes com material granulado, adotando-se a mesma metodologia e técnica descritas.
A avaliação e o acompanhamento dos casos são feitos através de exames clínicos e radiológicos periódicos.

Discussão e Conclusão

A utilização dessa biocerâmica para preencher e reconstruir espaços e estruturas perdidas vem demonstrando cada vez mais ser um procedimento útil, efetivo, simples e com vantagens importantes, comparada a alternativas com o uso de outros materiais aloplásticos, inclusive de fosfatos de cálcio e materiais orgânicos; homólogos, xenólogos e mesmo autógenos.

Usando-se esta biocerâmica tem-se previsibilidade, ausência de reações indesejáveis, eliminação de maiores riscos com outras intervenções, com mutilações, morbidade de áreas doadoras, contaminações, perda de volume, com maior tempo de cirurgia, internação, recuperação, bem como dos riscos de transmissão de doenças infecto contagiosas, auto-imunes, degenerativas, preservando-se, aspectos éticos e legais, mais ainda ao que se refere a materiais que sequer podem ser utilizados em países de tecnologia avançada, como os que contém material orgânico xenógeno.

Nas situações de grandes perdas, mesmo na presença de processos infecciosos, graves riscos e maus prognósticos, essa biocerâmica tem demonstrado ser capaz de propiciar resultados importantes em relação a outras alternativas, mesmo porque, comprovadamente é veículo condutor, liberador de substâncias que permitem otimização do processo e ser material osteoindutor intrínseco para a neo-formação tecidual e que possibilita a formação de arcabouço estrutural, com forte ligação mecânica compatível, através de substância cimentante amorfa, sendo finalmente incorporado à nova estrutura tecidual neo-formada, mantendo as características fisiológicas desejáveis.

Pelos resultados obtidos e avaliados desde 1985, quando de seu uso, mesmo em situações mais críticas como grandes osteólises, graves pseudo-artroses, fraturas com significantes perdas de substâncias, sujeitas a esforços mecânicos, artrodeses, tumores, cistos, osteotomias, fixação de prótese e outras patologias na área médica, odontológica, na presença ou não de processos infecciosos, e mesmo no tratamento de osteomielites de difícil solução, conclui-se serem efetivos os resultados no uso desta biocerâmica. - OSTEOSYNT® - nas lesões com perdas ósseas, principalmente nas de maior porte.

Esta biocerâmica tem se mostrado como sendo uma alternativa importante comparada com as demais até hoje utilizadas, considerando - se, neste contexto os acompanhamentos e avaliações que vem sendo feitos há mais de 15 anos, propiciando obter-se boa remineralização, boa incorporação e condição fisiológica com resistência mecânica e anatomia desejável na presença das condições orgânicas mínimas exigíveis e técnicas indicadas para uma neo-formação tecidual óssea, previsível.